Autor: Ricardo Ferraz Braida Lopes
Resumo: A presente dissertação pretende investigar um gênero do discurso literário: a Literatura de Cárcere. O deserto de teorias literárias que tratam especificamente das escritas das prisões é a razão do surgimento deste trabalho. Para tanto, impõe-se uma interdisciplinaridade entre Ciências Humanas e Socais ou, mais precisamente, Literatura e Direito. A palavra escrita é o instrumento para o narrador expressar sua visão sobre o sistema penal e todas as implicações que esta experiência pode trazer ao ser humano. No primeiro capítulo, “O discurso do Cárcere na Literatura”, há uma coleção de Literaturas de Cárcere dispostas cronologicamente desde o início da Idade Moderna, com o intuito de demonstrar as diversas incursões deste tema ao longo dos séculos. Em seguida, no capítulo dois, “Espaço, Tempo & Memória”, as Literaturas apresentadas anteriormente são analisadas dimensional e memorialisticamente para um aprofundamento das reflexões e interpretações do homem condenado. Na terceira etapa, o Direito Penal é desafiado pela Literatura em uma confrontação argumentativa de forças entre a violência do poder e a resistência da arte. E, por fim, na última parte, o trabalho se direciona para o cenário brasileiro da atualidade, amparado pela bagagem dos capítulos anteriores, investigando o silêncio dessa escrita justo na vigente democracia. Este conjunto de etapas forma em seu todo um ponto de vista que se apresenta como Estudo sobre a Literatura de Cárcere: a liberdade de um discurso, estudo que não se quer dogmático, mas profundamente crítico.
Orientador: Silvina Liliana Carrizo
Área de concentração: Lingüística, Letras e Artes
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora / Ano: 2014
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