Autor: Ana Cristina Menezes Fonseca
Resumo: A sociedade actual encontra-se em constante mudança, factor ao qual as prisões não são alheias, estas afirmam-se como uma realidade cada vez mais pertinente a exigir um cuidado por parte de todos, na tentativa de ultrapassar o problema da delinquência, que se diversifica vertiginosamente, o que leva a que o número de detidos não pare de aumentar e surjam cada vez mais o número de reincidências. Também, a educação não poderá, como facilmente se percebe, ficar indiferente a esta necessidade premente. Assim, o presente trabalho sublinha a importância de investigar, no âmbito das prisões, as atitudes dos reclusos face ao ensino recorrente e contribuir para a investigação que tem sido feita com membros de minorias subjugadas, nomeadamente em contexto prisional. Deste modo, os nossos objectivos resumem-se em compreender a dinâmica atitudicional, psicológica, relacional e comportamental da minoria reclusa cigana, num contexto de comparação com reclusos da maioria lusos face ao ensino recorrente na prisão. Em concordância com os nossos objectivos, desenvolvemos o estudo com 157 reclusos, 117 são reclusos lusos e 40 são reclusos ciganos, todos do sexo masculino. O estudo revelou que os reclusos lusos valorizam mais o ensino recorrente do que os reclusos ciganos. A etnia revelou-se preponderante na obtenção dos resultados e ao que parece contribui para o papel explicativo na adopção das atitudes dos reclusos ciganos face ao ensino recorrente. Deste modo, tal como era esperado, os reclusos ciganos revelam uma atitude menos favorável, do que os reclusos lusos face ao ensino recorrente nas prisões. Estes resultados corroboram a importância de variáveis cognitivas e emocionais para a compreensão das atitudes dos adultos face ao ensino recorrente, nomeadamente no contexto prisional.
Orientador: Félix Neto
Área de concentração: Relações Interculturais
Instituição: Universidade Aberta Ano: 2006
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