Autor: Maria Sandra Montenegro Silva Leão, Sebastiana Célia da Silva, Silvana Freire
Resumo: Este artigo é resultado de uma pesquisa de campo que teve por objetivo conhecer o potencial da educação ofertada em um presídio feminino da cidade do Recife, no sentido entender se contribui ou não com a construção da inteligência emocional de mulheres privadas de liberdade. Em função da própria natureza do fenômeno estudado e da escolha teórica, o trabalho se caracteriza como qualitativo, uma vez que busca as atribuições de sentidos e ressignificações do vivido. Utilizamos a análise de documentos, observação e entrevistas para tecer uma compreensão mais profunda das narrativas das mulheres encarceradas. A analise de conteúdo foi a técnica utilizada para a interpretação inferencial. O critério para a escolha dos sujeitos da pesquisa foi a inserção, no contexto escolar, dos sujeitos regularmente matriculados e frequentando as aulas. O contato com as mulheres encarceradas teve a duração de seis meses e o acompanhamento teve a participação de seis mulheres encarceradas. Os resultados obtidos demonstram que o encarceramento em si não é um facilitador do desejo de estudar e de aprender; entretanto, as mulheres que demonstraram interesse em participar das atividades escolares melhoraram o aprendizado e encontraram no estudo uma forma de repensar os atos praticados antes da prisão e afirmaram tentar viver uma reeducação interna, buscando seu autoconhecimento para lidar melhor com suas emoções. Concluímos que deveria haver um trabalho dentro dos presídios, direcionado ao desenvolvimento da inteligência emocional, o que facilitaria o desenvolvimento de processos internos voltados para o autoconhecimento.
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